sábado, 3 de fevereiro de 2024

sábado, 28 de março de 2020

INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ: um projeto da Igreja

   A INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ é um assunto presente há muito tempo na Igreja.  Especialmente a partir da Catequese Renovada (de 1983, Documento CNBB nr. 23), que fala da necessidade da Catequese FÉ E VIDA unidas, integradas.
  • Em 2005, no CELAM em Aparecida, o tema era "Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nele todos os povos tenham vida", com uma parte tratando especificamente da Iniciação Cristã. 
  • É retomado em 2006, com o Diretório Nacional da Catequese (Documento CNBB nr. 84, Documento nr. 1 das Edições CNBB) sinalizando uma catequese mais litúrgica, mistagógica e celebrativa, com inspiração catecumenal.
  • Em 2009, o Ano Catequético Nacional, a proposta era a catequese ser "caminho para o discipulado", com inspiração na catequese dos discípulos de Emaús.
  • Depois em 2011, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015 (Documento CNBB nr. 94), apontavam a Igreja: casa da iniciação à vida cristã como uma das urgências da evangelização.
   Não estamos mais em época de cristandade, quando os valores cristãos eram predominantes na sociedade. As mudanças atualmente ocorrem numa velocidade tão grande que não podemos dizer mais "mudança de época", mas "época de mudanças", em que muitos dos alicerces que até então fundamentavam a nossa prática ruíram e estão dando lugar a outros. É preciso aprender a lidar com tudo isso, diante da realidade que não passa: DEUS.

    Diante desta realidade, os coordenadores de catequese de Ferraz e Poá tem se reunido para promover em suas paróquias essa mudança de mentalidade, a que chamamos de paradigmas. A catequese precisa ser verdadeira "iniciação cristã", pois a maioria dos catequizandos e suas famílias não foram iniciados na fé. E, se pensarmos bem, nós mesmos, catequistas e gente da Igreja, também temos muitas falhas em relação à nossa educação na fé. Afinal, essa educação é Caminho que se faz em Comunidade, não é algo acabado.

     Em Maio, tivemos um encontro na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - Poá, contando com participação também da Pastoral Familiar, do Batismo e Dízimo, porque a INICIAÇÃO é papel de toda a Igreja. Padre José Eduardo explicou a Iniciação à vida cristã de modo geral.

       Em Julho, tivemos outro encontro, agora com catequistas de todas as paróquias Ferraz e Poá, em que o Padre José Eduardo explicou a Iniciação à vida cristã passo-a-passo, ou seja, cada etapa do itinerário da fé: Pré-catecumenato, Catecumenato, Iluminação e Mistagogia.

    E para Novembro, estamos programando um retiro de catequistas de Ferraz e Poá. Sempre neste sentido, de caminhar como Igreja peregrina e missionária.

(Texto escrito em 28/08/2019)

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Semana Catequética - 5º Dia: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ (Documento 107)


INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ: itinerário de inspiração catecumenal (Documento 107 da CNBB)
Iniciamos com uma dinâmica sobre A FAMÍLIA E A COMUNIDADE (veja o anexo). Em seguida, Rossana fez um apanhado das formações anteriores.
Na segunda-feira, Pe. José Eduardo falou sobre o Querigma, esse principal anúncio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. O Querigma é o primeiro passo da Iniciação à vida cristã. É época de anunciar Jesus Cristo.
Época de questionar: Quem somos nós? Quem é esse Jesus que nós vamos anunciar?
A Iniciação à vida cristã é um itinerário de discípulos missionários. O que é ser discípulo missionário? É fazer o encontro com Jesus Cristo e seguir o Mestre, fazer o que Ele fez, amar como Ele amou, sem interesse... é estar próximo, abrir espaço para escutá-lo, para participar de sua vida...
O tema da terça foi a Campanha da Fraternidade 2019 – com Cícero Almeida e José Geraldo, para nos ajudar a refletir sobre a realidade (VER): Fraternidade e políticas públicas. É dentro dessa realidade, com suas qualidades e problemas, que Jesus caminha conosco.
Ir. Luciana e Ir. Íris, na quarta-feira, nos trouxeram a experiência da leitura orante, chamando nossa atenção para aprender a ouvir o Senhor. (ILUMINAR)
E ontem, Pe. Victor nos deu pistas para melhor vivenciar e celebrar a nossa identidade cristã. (AGIR)
Hoje com o Documento 107 – Iniciação à vida cristã: um itinerário de inspiração catecumenal, retomamos todos esses aspectos para falar do CAMINHO DA INICIAÇÃO CRISTÃ, proposta da igreja para a evangelização hoje.
Fazendo um breve panorama do documento:
Cap. 1 – Um ícone bíblico: Jesus e a samaritana
– a nossa sede de Deus (busca) – a experiência do encontro com Jesus (dialogo) – a convivência (conhecer Jesus) – revelação (mistagogia) – anuncio (testemunho)
Cap. 2 – Aprender da história e da realidade: VER
Catequese de instrução = alimentar a fé = Conteúdo à Hoje: Experiência da fé = INICIAR = Gerar a fé
A convivência em comunidade era uma realidade.             Hoje, é preciso resgatar o valor e papel da Comunidade.
Cap. 3 – Discernir como igreja: ILUMINAR
IVC é necessária para a evangelização hoje, pq percebemos que o modelo antigo não funciona mais!
Quem é a comunidade cristã? Qual é a nossa identidade?
Cap. 4 – Propondo caminhos: AGIR
Fortalecimento do papel da comunidade e da família
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Em seguida, Rosildo fez a leitura bíblica (Lucas 15,8-10) com dinâmica para refletir sobre a interação do catequista com a família hoje. Quem é o catequista? A mulher. Quem é o catequizando? As moedas. Se uma moeda se perder, vamos atrás? Enfrentamos o desafio, quando um catequizando começa a apresentar problemas? Para evangelizar, varremos de nossa vida as dificuldades, o desânimo, etc.?
Rosildo apresentou muitos apectos da Iniciação à vida cristã e fez o fechamento com a "Brincadeira da batata-quente", para rever os conceitos,
Ao final, Pe. José Eduardo avisou sobre a ESCOLA DE CIDADANIA, pediu que Rossana ajudasse na divulgação, o que já foi feito no grupo de whatsapp. Agradeceu a presença do Rosildo e de todos, e deu a bênção.
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Anexo – Dinâmica: A FAMÍLIA E A COMUNIDADE
Preparação: Providenciar duas folhas de cartolina, ou de papel pardo (papel de embrulho); canetões pretos e coloridos; cola para papel.
Escolher duas pessoas para levarem o cartaz no início do encontro; e escolher mais três pessoas para uma atividade.
Acolhida: À medida que as famílias vão chegando, pedir que um dos membros escreva o sobrenome da família na cartolina (ou papel pardo), com canetão preto.
Oração inicial: O/A catequista dá as boas-vindas e faz a acolhida das famílias com o sinal da cruz. Depois, convida a cantar. (sugestão: Reunidos aqui, para louvar o Senhor)
Enquanto se canta, entra o cartaz com o nome das famílias. Ele é colocado na frente, preso em um quadro ou parede.
Então, as duas ou três pessoas escolhidas para a atividade recebem um canetão, de cores diferentes, e vão ligar os nomes, um a outro, formando uma rede colorida. (Continuar a cantar até que a rede esteja pronta).
Perguntar a todos o que significam as linhas que unem os sobrenomes das famílias. (dar alguns minutos para que falem).
{A rede de famílias representa as relações entre as famílias na comunidade, bem como os elos que formam novas famílias}
Fazer alguns minutos de silêncio, e convidar todos a rezar uma Ave Maria pelas nossas famílias e comunidades.
Ver a Realidade: Perguntar a todos quais os valores e os contra-valores que sobressaem em todas essas famílias, e escrever os valores do lado direito e os contra-valores do lado esquerdo do cartaz.

Julgar e Transformar a Realidade: DINÂMICA DA MOEDA
§  As relações familiares, da forma como acontece hoje, estão conforme a vontade de Deus?
§  O que é preciso fazer para transformar a realidade das famílias hoje?
§  Que compromissos vocês assumem para buscar transformar as relações da família de vocês, tornando-a mais próxima da família ideal, imagem e semelhança de Deus?

Oração final: Concluir o encontro cantando “A Oração da Família” do Pe. Zezinho

DINÂMICA ADAPTADA DE:

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Semana Catequética: 4º Dia - CATEQUESE E LITURGIA

Ontem 31/1, o tema abordado foi: CATEQUESE E LITURGIA, com Pe. Victor Moreira - da Paróquia São Paulo Apóstolo - Vila São Paulo.

Eis o texto do material que ele apresentou para nós.

1) SEMANA CATEQUÉTICA 2019 - REGIÃO PASTORAL FERRAZ DE VASCONCELOS
Tema: CATEQUESE E LITURGIA, Pe. Victor Almeida M. da Silva (Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo)
2) CATEQUESE E LITURGIA
Iluminação Bíblica: Lc 24,13-35
·        Introdução
·        O que é Liturgia?
·        O que é Catequese?
·        O caminho que leva à integração da Catequese e Liturgia;
·        A Catequese a serviço da Liturgia
·        Ação litúrgica como Catequese
·        Da catequese doutrinal para uma Catequese Mistagógica;
3) INTRODUÇÃO
“Não ardia o nosso coração quando pelo caminho nos falava e explicava as escrituras?”
O conhecido texto do “Discípulos de Emaús” é um convite para que possamos olhar a Catequese e a Liturgia como formas essenciais da vida da Igreja, pois nos coloca no centro da vivência que cristã, que é o...
4) ... MISTÉRIO PASCAL de Jesus Cristo.
Pois é neste Mistério que se direciona todas as ações da Igreja, e de onde brota toda a sua força. Por isso, o Mistério Pascal é a nossa referência.
5) A CATEQUESE E A LITURGIA SE ENCONTRAM NA VIDA CRISTÃ...
... se tiverem como centro o Mistério Pascal, que une e dá sentido a elas.
Sendo assim, o nosso objetivo é buscar compreender a natureza própria de cada uma delas, e procurar encontrar um ponto de convergência que nos possibilite ver a real necessidade de unidade e integração das duas dimensões, e assim, fomentar a vivência cristã dentre de nossas comunidades.
6) O QUE É LITURGIA?
O Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962 a 08 de dezembro de 1965) na Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia afirma que a liturgia “é o cume para o qual tende toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte que brota sua força”. (SC 10)
7) O QUE É LITURGIA?
A palavra LITURGIA tem sua origem da língua grega e é composta por duas raízes:
        LIET – LEOS – LAOS: povo, público, ação feita para o povo e/ou em favor do povo.
        URGIA (ergom): Operar, produzir, ação, trabalho, serviço.
Traduzindo literalmente LITURGIA significa:
“Uma ação do povo ou em favor do povo”
8) O QUE É LITURGIA?
Sendo assim, o povo deve tomar parte da Liturgia, não apenas “assistir” sem entender nada. A Liturgia dentro de um olhar religioso é uma “ação do povo batizado, que é chamado ao louvor de Deus e a transformação e a santificação da vida e da história.”
Nesse sentido, segundo a SC o povo deve participar da liturgia de forma ATIVA, CONSCIENTE, PLENA e FRUTUOSA.
9) O QUE É CATEQUESE?
Já a palavra CATEQUESE também é de origem grega de duas palavras:
        KÁTA = a partir de
        ECHOS = voz, fala, eco.
Literalmente significa: “FAZER ECOAR”
Sendo assim, a catequese “faz ecoar” a Palavra de Deus na pessoa de Jesus Cristo, na e a partir da experiência Pascal vivida na Liturgia.
10) O QUE É CATEQUESE?
A Catequese é acima de tudo anúncio de Jesus Cristo, que deve ser o ponto de referência de todo o conteúdo catequético.
“Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.
(Papa Bento XVI)
11) O CAMINHO QUE LEVA À INTEGRAÇÃO DA CATEQUESE E LITURGIA
Podemos ver que há uma unidade entre os dois termos, a Catequese antecede a Liturgia, ou seja, prepara para a celebração dos mistérios.
“A catequese como educação da fé e a liturgia como celebração da fé, são duas funções da única missão da Igreja”. (DNC)
Ø   PALAVRA (catequese) / MEMÓRIA (liturgia) / TESTEMUNHO (missão)
12) A CATEQUESE À SERVIÇO DA LITURGIA
Se a catequese prepara para a celebração dos mistérios, é sua tarefa “INICIAR” os catecúmenos e/ou catequizandos nos sinais litúrgicos e por eles introduzi-los no Mistério Pascal.
“Sem o conhecimento do significado, os ritos ficariam esvaziados”. (DNC)
A Catequese deve educar os fiéis para a ORAÇÃO, o AGRADECIMENTO, a PENITÊNCIA, a VIVÊNCIA COMUNITÁRIA e a LINGUAGEM SIMBÓLICA.
13) O DIRETÓRIO NACIONAL DA CATEQUESE no n.º 121 entende a catequese litúrgica como:
“aquela que prepara aos sacramentos e ajuda vivenciá-los: leva a uma maior experiência do mistério cristão. Ela explica o conteúdo das orações, o sentido dos gestos e dos sinais, educa à participação ativa, à contemplação e ao silêncio.”
14) O DOCUMENTO DA CATEQUESE RENOVADA AFIRMA:
“A Liturgia, com sua peculiar organização do tempo (domingos, períodos litúrgicos como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa etc.) pode e deve ser ocasião privilegiada de Catequese, abrindo novas perspectivas para o crescimento da fé, através de orações, reflexão, imitação dos santos, e descoberta não só intelectual, mas também sensível e estética dos valores e das expressões da vida cristã.” (CR, n.º 90)
15) AÇÃO LITÚRGICA COMO CATEQUESE
v  Pelo Ministério da Palavra
v  Pela Homilia
v  Pelas Orações
v  Pelos Cantos e a Música
v  Pelo ambiente litúrgico
Em síntese, a melhor catequese sobre a liturgia é a própria celebração litúrgica quando bem celebrada. Que faz com que a haja uma catequese permanente.
16) DA CATEQUESE “DOUTRINAL” PARA UMA CATEQUESE MISTAGÓGICA
Quando há uma verdadeira interação entre Catequese e Liturgia se insere à comunidade numa “pedagogia, uma mística, que nos convida a entrar sempre mais no mistério do amor de Deus.” (Doc. 107)
Isso faz com que saímos de uma catequese puramente doutrinal e entremos numa catequese mistagógica, ou seja, que ajude a rezar o Mistério celebrado, como nos afirma o Papa Francisco na Evangelii Gaudium, n.º 106.
17) DA CATEQUESE “DOUTRINAL” PARA UMA CATEQUESE MISTAGÓGICA
“Uma característica da catequese, que se desenvolveu nas últimas décadas, é a iniciação mistagógica, que significa essencialmente duas coisas: a necessária progressividade da experiência formativa na qual intervém toda a comunidade e uma renovada valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã.
18) DA CATEQUESE “DOUTRINAL” PARA UMA CATEQUESE MISTAGÓGICA
Tudo isso para que o cristão do século XX seja um verdadeiro místico, como proferiu o Teólogo alemão Karl Rahner (1904-1984): “O cristão do século XXI ou será místico ou não será cristão”, completando, a seguir:
“Desde que não se entenda por mística fenômenos parapsicológicos raros, mas uma experiência de Deus autêntica, que brota do interior da existência”.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Semana Catequética - 3º Dia: A BÍBLIA COMO FONTE DE CATEQUESE: leitura orante


Ontem 30/1, recebemos as irmãs Luciana e Ísis, servas do Amor Misericordioso, para abordar o tema da Bíblia como fonte da catequese: leitura orante da Bíblia.
Elas explicaram o tema (deixaram esses dois textos e as imagens para nós) e nos levaram a uma experiência com a Lectio divina (leitura orante).


ORIGEM DA LECTIO DIVINA

A Lectio Divina tem uma história de pelo menos 2.500 anos. No Antigo Testamento o povo de Israel rezava a Palavra e usava a Palavra para rezar. No livro de Neemias cap 8, 2-10 diz que o povo se reuniu para ouvir Neemias ler o livro desde a manhã até ao meio dia. Todo o povo ouvia atentamente a leitura do livro da Lei. Este texto tão antigo é o precursor da lectio…

E isso durou durante gerações. Todos os Padres da Igreja tanto no Oriente como no Ocidente praticavam esse método e encorajavam o fiéis a fazerem o mesmo em suas casas. Os monges fizeram da Lectio o centro de suas vidas. Santo Antão séc II, sabia a Escritura de cor . Para São Pacomio, São Basílio, São Jeronimo fazia a leitura frequente da Bíblia e era o “alimento celestial”, “pão descido do céu”. São Cipriano escrevia a respeito da Biblia: “tendes sempre a Lectio Divina entre as mãos”. São Bento na Regra no cap IV diz : "ouvir de boa vontade as santas leituras e dar-se frequentemente à oração…"

Como podemos passar por cima dessa tradição? Num dado momento acharam melhor colocar por escrito esse método para ajudar os noviços a interiorizarem a Palavra através do Espirito Santo.

O Método que vamos falar aqui nasceu no séc XII com o monge Guigo  que percebeu que lendo o texto bíblico era possível reler o passado à luz do presente, trazendo uma grande contribuição para o futuro.  Guigo sentia que a Palavra de Deus comprometia e que o conjunto dos livros que formam a Bíblia era tido dentro de uma unidade. Dentro dessa unidade, percebia que estavam presentes três níveis de compreensão: literário, histórico e o teológico. Cada um tem sua especificidade, o primeiro está mais próximo do texto, o segundo leva mais em consideração a situação histórica em que o texto foi escrito e o terceiro está diretamente relacionado com a mensagem de Deus. 

Orígenes é o grande idealizador do termo Lectio Divina. Muitos traduzem Lectio Divina por leitura divina, outros por leitura orante. O que nos importa é o valor que esse método tem para nossa vida. A Lectio Divina é resultado da prática da leitura que os cristãos faziam e fazem da Bíblia. Essa prática usada pelos cristãos, já é um resquício da tradição das comunidades do Antigo Testamento. As comunidades liam os textos bíblicos que eram passados de geração em geração.

A grande contribuição de Guigo foi a de sistematizar os passos da Lectio Divina. Ele sugere que sejam seguidos quatro passos. O termo utilizado para cada momento é degrau. Com o intuito de partilhar a forma como compreender melhor o texto bíblico, resolveu escrever um livrinho no qual intitulou "A Escada dos Monges". Escreve para outro monge dizendo: "certo dia, durante o trabalho manual, quando estava refletindo sobre a atividade do espírito humano, de repente se apresentou à minha mente, a escada dos quatro degraus espirituais: a leitura, a meditação, a oração e a contemplação. Essa é a escada dos monges, pela qual eles sobem da terra ao céu. É verdade, a escada tem poucos degraus, mas ela é de uma altura tão imensa e inacreditável que, enquanto a sua extremidade inferior se apóia na terra, a parte superior penetra nas nuvens e investiga os segredos do céu". E diz mais: "A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com espírito atento. A meditação é uma diligente atividade da mente que, com a ajuda da própria razão, procura o conhecimento da verdade oculta. A oração é o impulso fervoroso do coração para Deus, pedindo que afaste os males e conceda as coisas boas. A contemplação é uma elevação da mente sobre si mesma que, suspensa em Deus, saboreia as alegrias da doçura eterna".

A Lectio Divina supõe alguns princípios: a unidade da Escritura, atualidade ou encarnação da Palavra e a Fé em Jesus Cristo, vivo na Comunidade.

FONTE:  Origem do Método da Lectio divina


LECTIO DIVINA – HISTÓRIA

“Lectio Divina” é uma expressão usada para designar uma prática antiga da Igreja: a Leitura Orante da Bíblia. Essa prática consiste, sobretudo, em quatro elementos, a saber: a leitura, a meditação, a oração e a contemplação. Por esse caminho experienciamos a partir da leitura e do seu confronto com a vida, a presença e a ação de Deus. Não é algo mágico, muito menos intelectivo ou uma ideia, ou mesmo até algo de extraordinário e sobrenatural, não, não, não. Mas, é algo muito simples, singelo, profundo e mistagógico. Ou seja, aprendemos a “ler” Deus na vida.

A Lectio Divina ou a Leitura Orante é um instrumento, uma ferramenta pedagógica cujo objetivo é ajudar o seu leitor-praticante a mergulhar e a experimentar o sagrado na vida a partir do testemunho e da história do povo da Bíblia do Primeiro e do Segundo Testamento.

Com a Lectio Divina ou Leitura Orante escutamos a Deus e falamos com Ele e Ele fala conosco.

Como nasceu a Lectio Divina ou Leitura Orante da Bíblia? Em poucas palavras podemos dizer o seguinte.

A Lectio Divina tem sua origem e raízes na religião e tradição judaica, quando do uso da Torah, dos Escritos e Profetas lidos e meditados nas sinagogas. Mas, foi com Orígenes, famoso mestre cristão de Alexandria que ela apareceu com mais clareza e definida. Entretanto, sua sistematização com os quatro elementos como temos hoje nos veio do século XII, quando um monge de nome Guigo, por volta de 1.150, d.C, escreveu um livrinho chamado: “A escada dos monges” cujo conteúdo explica em que consiste a Leitura Orante: ler, meditar, orar, contemplar.

No século XX, o Concílio Vaticano II recuperou essa prática que havia sumida da vida do povo, mas que era praticada nos mosteiros, sobretudo beneditinos.  Graças a essa iniciativa do Concílio, sobretudo na América Latina, a Lectio Divina ganhou vida nas Comunidades Cristãs, de modo particular nas Cebs (Comunidades Eclesiais de Base) que a divulgou e praticou com outro nome, Círculos Bíblicos.

Hoje, ela está enraizada na Igreja de maneira tal que é como sempre foi, seu patrimônio primordial. Atualmente, mesmo incentivando uma prática individual, a Igreja anima seus fieis, sobretudo, numa prática comunitária da mesma.

FONTE: Lectio divina – I: História
http://bibliaecatequese.com/lectio-divina-i-historia/








quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Semana Catequética 2019 - 2º Dia: Campanha da Fraternidade 2019 - FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS



Ontem 29/1, Cícero Almeida e José Geraldo abordaram o tema da CF2019.

Iniciamos o encontro com uma oração pela catequista e amiga Vanda Bezerra, muito participante e presente na Comunidade Santa Rita, na Catequese e na Equipe Diocesana de Catequese, que faleceu de madrugada. (Ainda participou da formação na segunda-feira... Morreu em missão, pois desde a terça-feira passada estava evolvida em formações na Semana Catequética em Biritiba Mirim, no Retiro Diocesano em Mogi das Cruzes, Jornada Mariana da Juventude na Região Brás Cubas e Semana Catequética Regional aqui em Ferraz de Vasconcelos.) Com certeza, já está junto a Deus! 

Em seguida, rezamos a Oração da Campanha 2019 (com o Cícero) e conhecemos a letra do Hino. E aqui apresentamos os materiais que eles compartilharam na formação.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE
HISTÓRICO
      No ano de 1961, três padres responsáveis pela Caritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal, no Rio Grande do Norte. No ano seguinte, dezesseis dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja no País.
      De 1962 até hoje, a Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização desenvolvida num determinado tempo (quaresma), para ajudar os cristãos e as pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos no processo de transformação da sociedade a partir de um problema específico que exige a participação de todos na sua solução.
      A Campanha da Fraternidade tornou-se especial manifestação de evangelização libertadora, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de problemas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus.
1ª FASE (1964 a 1972): Em busca da Renovação Interna da Igreja
2ª FASE (1973 a 1984): A Igreja preocupa-se com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça
3ª FASE (1985 a 2018): A Igreja se volta para situações existenciais do povo Brasileiro

OBJETIVO DA CAMPANHA
      Campanha da Fraternidade é uma campanha realizada anualmente pela Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil no período da Quaresma. A cada cinco anos é promovida de forma ecumênica em conjunto com outras denominações cristãs. Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação. A campanha é coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
·  Educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho.
·   Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade justa e solidária.
      O gesto concreto se expressa na coleta da solidariedade, realizada no Domingo de Ramos. É realizada em âmbito nacional, em todas as comunidades cristãs católicas e ecumênicas. A arrecadação compõe o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e os Fundos Diocesanos de Solidariedade; 60% dos recursos são destinados ao apoio de projetos sociais da própria comunidade diocesana. Os 40% dos recursos restantes compõem o FNS que são revertidos para o fortalecimento da solidariedade entre as diferentes regiões do país.

O CARTAZ DA CF-2019
O cartaz quer ressaltar algumas categorias sociais para reflexão, educação, saúde, meio ambiente, melhor idade, vida no campo e na cidade.

ORAÇÃO DA CF-2019

Pai misericordioso e compassivo, que governais o mundo com justiça e amor, dai-nos um coração sábio para reconhecer a presença do vosso Reino entre nós. Em sua grande misericórdia, Jesus, o Filho amado, habitando entre nós, testemunhou o vosso infinito amor e anunciou o Evangelho da fraternidade e da paz. Seu exemplo nos ensine a acolher os pobres e marginalizados, nossos irmãos e irmãs com políticas públicas justas, e sejamos construtores de uma sociedade humana e solidária. O divino Espírito acenda em nossa Igreja a caridade sincera e o amor fraterno; a honestidade e o direito resplandeçam em nossa sociedade e sejamos verdadeiros cidadãos do “novo céu e da nova terra.” Amém.

HINO DA CF-2019
·  “Eis que o Senhor fez conhecer a salvação* E revelou sua justiça às nações”* Que, neste tempo quaresmal, nossa oração* Transforme a vida, nossos atos e ações.
Pelo direito e a Justiça libertados* Povos, nações de tantas raças e culturas* Por tua graça, ó Senhor, ressuscitados* Somos em Cristo, hoje novas criaturas. (2X)
·   Foi no deserto que Jesus nos ensinou* A superar toda ganância e tentação* Arrependei-vos, eis que o tempo já chegou* Tempo de Paz, Justiça e reconciliação.
·  Em Jesus Cristo uma nova aliança* Quis o Senhor com o seu povo instaurar* Um novo reino de justiça e esperança* Fraternidade, onde todos têm lugar.
·  Ser um profeta na atual sociedade* Da ação política, com fé, participar* É o dom de Deus que faz, do amor, fraternidade* E bem comum faz bem de todos se tornar!

VIDEOS da Campanha da Fraternidade 2019