1º Tema: PESSOA, VOCACÃO E MISSÃO DO CATEQUISTA
(material selecionado por Pe.
José Eduardo Ferreira para a formação de 23/01/2017)
PESSOA
Catequista é
pessoa: de fé, que testemunha a fé, engajada na comunidade, sensível aos
problemas da humanidade, com atitude de amor. Pessoa autêntica, alegre,
responsável, capaz de diálogo.
·
O catequista deve ter uma espiritualidade
profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja. Deve testemunhar por sua vida,
seu compromisso com Cristo, a Igreja e sua comunidade. Deve ser uma pessoa de
oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus.
·
Deve ser uma pessoa integrada na sua comunidade.
A catequese, hoje, deve ser comunitária. Por isso, o catequista é alguém capaz
de relacionamento fraterno.
·
O Catequista precisa de uma consciência crítica
diante de fatos e acontecimentos. Deve levar a comunidade à reflexão sobre a
sua realidade, à luz da Palavra de Deus.
·
Ter sempre uma atitude de animador. Saber ouvir e
dialogar, caminhando junto com a comunidade.
·
O catequista deve conhecer a fundo a mensagem
que vai transmitir. Deve conhecer a Bíblia e saber interpretá-la; deve saber
ligar a vida à Palavra de Deus e vice-versa.
·
O catequista precisa ter também certas
qualidades "humanas":
a) Ser uma
pessoa psicologicamente equilibrada (saber lidar com os problemas, equilibrar
as emoções);
b) Saber
trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;
c) Ser uma
pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são
necessárias;
d) Ter amor aos
catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática e técnica de grupo;
e) Sentir dentro
de si a vocação de catequista.
(FONTE: Qualidades
de um bom catequista in http://www.catequisar.com.br/texto/catequista/doc/01.htm,
originalmente em http://arquidioceserp.org.br )
VOCACÃO–
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (João 15,16)
·
Vocação é um chamado que Deus faz a cada pessoa.
Ele tem um projeto de construção de seu Reino e necessita de colaboradores. A
resposta a esse chamado se dá através da missão assumida. A própria Sagrada
Escritura traz alguns textos que narram a experiência de pessoas que foram
tacadas pelos apelos da vida, dos acontecimentos da história e responderam ao
chamado de Deus.
·
Abraão foi chamado a sair de si mesmo para
construir um mundo melhor. Deus o chamou para liderar o projeto da formação do
seu povo. Moisés foi chamado para animar e libertar o povo escravizado. Jonas
foi chamado para converter uma cidade. João Batista recebeu a missão de
preparar a vinda do Senhor. Os apóstolos foram chamados, pelo próprio Jesus,
para a propagação do Reino. Maria foi chamada para cooperar no plano salvífico
de Deus.
·
A vocação catequética não é diferente. É um
chamado que Deus faz às pessoas que se comprometem com o trabalho de construção
do seu Reino. Um chamado a sair de si mesmo e ir ao encontro do outro,
fazendo-o se encantar por Jesus Cristo e sua proposta de vida plena. O
catequista é alguém que recebeu o chamado para exercer este ministério. É um
passo a mais no seguimento e no testemunho a Jesus Cristo.
·
A vocação do catequista se revela com o
atendimento a esse chamado para assumir, verdadeiramente, o batismo e anunciar,
com alegria, o Reino de Deus. É chamado a refletir em seu rosto a alegria,
o entusiasmo, o encantamento por Jesus e seu projeto. “Conhecer a Jesus Cristo
pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça; transmitir este tesouro aos
demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher.” (DA
18). Desta forma, o catequista é alguém chamado a conhecer Jesus Cristo, amá-lo
e levar sua mensagem a todos por meio do testemunho de vida.
MISSÃO
·
A missão do catequista é atrair as pessoas ao
seguimento de Jesus e fazer experiência do amor de Deus. Portanto é uma \pessoa
escolhida por Deus, através da Igreja e, por ela, encarregada para ser
sinal-instrumento eficaz, para transmitir, com a própria vida e pela Palavra, a
Boa Nova do Reino de Deus que se revelou plenamente em Jesus Cristo.
·
Diante desse chamado para ser encantador de
pessoas por Jesus, o catequista precisa ser uma pessoa que ama e se sente
realizada; pessoa de maturidade humana e de equilíbrio psicológico; pessoa de
espiritualidade, que deseja crescer na santidade; que alimenta sua vida na
força do Espírito Santo, para transmitir a mensagem com coragem, com entusiasmo
e ardor; que se nutre da Palavra de Deus, da vida de oração, da Eucaristia e da
devoção mariana.
·
O catequista é pessoa que descobre o rosto de
Deus nas pessoas, nos pobres, na comunidade, no gesto de justiça e de partilha
e nas realidades do mundo. É pessoa integrada no seu tempo e identificada com
sua gente. "Olha o mundo com os mesmos olhos com que Jesus contemplava a
sociedade de seu tempo" (DGC 16).
·
O catequista é ainda uma pessoa em processo de
crescimento e de aprendizado, desde a infância até a velhice. É alguém que
sabe que não basta boa vontade: é preciso atualização. É pessoa de comunicação,
capaz de construir comunhão e cultivar amizades; pessoa capaz de conviver e de
fazer a experiência da partilha em comunidade.
·
Ser catequista é assumir a missão de Jesus
Cristo, ser verdadeiramente outro Cristo, ser sinal visível de Deus, fazer
ressoar a Palavra de Deus por meio da vida e dos ensinamentos. Ser catequista é
ser Igreja, assumir a identidade de Igreja e testemunhar a graça e o amor de
Deus em comunhão com a Igreja, Sacramento de salvação.
·
Assim, para desempenhar bem, este bonito ministério
e exercer bem a missão, o catequista deve ser pessoa simples, capaz de receber
a tbdos. Deve ser pessoa atenciosa e sensível para escutar conforme as
necessidades de cada catequizando; disponível para o serviço; pessoa de fé e de
bons exemplos; autêntica e honesta consigo mesma e com os outros. Deve ser
ponto de união e de comunhão; um animador quê leve a comunidade a crescer no
caminho de Jesus Cristo.
(Fonte:
BARBOSA, Almerindo da Silveira. A vocação e a pessoa do catequista in http://www.catequesehoje.org.br/index.php/raizes/catequista/58-vocacao-catequista
em 02/05/2012)
QUESTIONAMENTOS:
1. Quais outras
qualidades são indispensáveis para ser catequista hoje? Olhando para os
evangelhos, quais atitudes presentes em Jesus são necessárias ao catequista?
2. Como senti o
chamado de Deus para ser catequista? Quais os meios (mediações) que Deus se
utilizou para me chamar?
3. Tem algum
relato de vocação na Bíblia que me chama a atenção? Vamos procurar mais um
exemplo de vocação que possa iluminar a vocação do catequista?
(FONTE:
Catequista Verinha. Catequistas somos pessoas amadas por Deus in http://veracatolico.blogspot.com.br/2014/01/catequistas-somos-pessoas-amadas-por.html
em 22/01/2014)
2º Tema. NO CORAÇÃO DA CATEQUESE: CRISTO
(material selecionado por Pe. José Eduardo Ferreira para a
formação de 24/01/2017)
CRISTO É O CENTRO DA CATEQUESE*
426. «No coração
da catequese, encontramos essencialmente uma Pessoa: Jesus de Nazaré, Filho único
do Pai ..., que sofreu e morreu por nós e que agora, ressuscitado, vive conosco
para sempre ... Catequizar ... é revelar, na Pessoa de Cristo, todo o desígnio
eterno de Deus que nela se realiza. É procurar compreender o significado dos
gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados» (7). O fim da
catequese é «pôr em comunhão com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor
do Pai, no Espírito, e fazer-nos participar na vida da Santíssima Trindade»
(8).
427. «Na
catequese, é Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que é ensinado; tudo o
mais é-o em referência a Ele. E só Cristo ensina. Todo e qualquer outro o faz
apenas na medida em que é seu porta-voz, consentindo em que Cristo ensine pela
sua boca. Todo o catequista deveria poder aplicar a si próprio a misteriosa
palavra de Jesus: "A minha doutrina não é minha, mas d'Aquele que Me
enviou" (Jo 7, 16)» (9).
428. Aquele que
é chamado a «ensinar Cristo» deve, portanto, antes de mais nada, procurar «esse
lucro sobre eminente que é o conhecimento de Jesus Cristo». Tem de «aceitar
perder tudo [...] para ganhar Cristo e encontrar-se n'Ele» e «conhecê-Lo, a
Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos,
conformar-se com Ele na morte, na esperança de chegar a ressuscitar dos mortos»
(Fl 3, 8-11).
429. Deste
conhecimento amoroso de Cristo brota o desejo de O anunciar, de «evangelizar» e
levar os outros ao «sim» da fé em Jesus Cristo. Mas, ao mesmo tempo, faz-se
sentir a necessidade de conhecer sempre melhor esta fé. Com esse objetivo,
seguindo a ordem do Símbolo da fé, primeiro serão apresentados os principais
títulos de Jesus: Cristo, Filho de Deus, Senhor (Artigo 2). O Símbolo confessa,
em seguida os principais mistérios da vida de Cristo: da sua Encarnação (Artigo
3), da sua Páscoa (Artigos 4 e 5) e, por fim, da sua Glorificação (Artigos 6 e
7).
A VIDA EM
CRISTO**
1697. Na
catequese, importa revelar com toda a clareza a Igreja e as exigências do
caminho de Cristo (19). A catequese da «vida nova» n'Ele (Rm 6, 4), deve ser:
- Uma catequese
do Espírito Santo, mestre interior da vida segundo Cristo, doce hóspede
e amigo que inspira, guia, retifica e fortalece essa vida;
- Uma catequese
da graça, pois é pela graça que somos salvos e também é pela graça que
nossas obras podem ser frutuosas para a vida eterna;
- Uma catequese
das bem-aventuranças, porque o caminho de Cristo se resume nelas e é o
único caminho da felicidade eterna a que o coração do homem aspira;
- Uma catequese
do pecado e do perdão, porque, sem se reconhecer pecador, o homem não
pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição dum procedimento justo: e, sem
a oferta do perdão, não seria capaz de suportar aquela verdade;
- Uma catequese
das virtudes humanas, que faz apreender a beleza e o atrativo das retas
disposições para o bem;
- Uma catequese
das virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, que se inspira abundantemente no
exemplo dos santos;
- Uma catequese
do duplo mandamento da caridade exposto no decálogo;
- Uma catequese
especial, porque é nas múltiplas permutas dos «bens espirituais», na
«comunhão dos santos», que a vida cristã pode crescer, desenvolver-se e
comunicar-se.
1698. A referência,
primeira e última, desta catequese será sempre o próprio Jesus Cristo, que é «o
caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6). De olhos postos n'Ele com fé, os
cristãos podem esperar que Ele próprio realize neles as suas promessas
estimando-O com o amor com que Ele os amou, podem fazer as obras correspondentes
à sua dignidade:
«Rogo-te que
penses em nosso Senhor Jesus Cristo como tua verdadeira cabeça, e em ti como um
dos seus membros. Ele é para ti como a cabeça para os membros. Tudo o que é
d'Ele, é teu: o espírito, o coração, o corpo, a alma e todas as faculdades.
Deves usar de todas elas como se fossem realmente tuas, para servir, louvar,
amar e glorificar a Deus. Tu és para Ele como um membro em relação à cabeça: e,
por isso, também Ele deseja ardentemente servir-Se de todas as tuas faculdades
como se fossem suas, para servir e glorificar o Pai.» (20) «Para mim, viver é
Cristo» (Fl 1, 21).
____
Trechos extraídos do Catecismo da Igreja Católica
* Primeira Parte, Segunda Seção, Capítulo II
** Terceira Parte, Introdução