sábado, 22 de fevereiro de 2014

CEIA EUCARÍSTICA

(anotações do Pe. Thiago Cosmo)

 “Durante a refeição, ele (Jesus) tomou o pão e, depois de ter pronunciado a bênção, partiu-o, deu-lhes (aos discípulos) e disse: “Tomai, isto é o meu corpo”. A seguir, tomou uma taça e, depois de ter dado graças, deu-lhes, e todos beberam dela. E ele lhes disse:
“Isto é meu sangue, o sangue da Aliança, derramado em prol da multidão”. (Mc 14, 22-24) 

“De fato, eis o que eu recebi do Senhor, e o que vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, e após ter dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo em prol de vós, fazei isto em memória de mim”. Ele fez o mesmo quanto ao cálice, após a refeição, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que dele beberdes, em memória de mim! Pois todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1Cor 11, 23-26)

“Nós te bendizemos, nosso Pai, pela santa vinha de Davi, teu servo, que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos” Amém.
Nós te bendizemos, nosso Pai, pela vida e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos” Amém.

Da mesma maneira como este pão quebrado primeiro fora semeado sobre as colinas e depois recolhido para tornar-se um, assim das extremidades da terra seja unida a ti tua igreja em teu reino; pois tua é a glória e o poder pelos séculos! Amém”. (Didachè, n9)

NOMES DA CEIA EUCARÍSTICA (CIC 1328-1330)
Eucaristia (eucharistein) – ação de graças a Deus
Ceia do Senhor – ceia que o Senhor fez antes de sua Paixão
Fração do pão – todos comem do único pão, Cristo
Assembleia eucarística (synaxxis) – assembleia dos fieis, expressão da Igreja
Memorial – Paixão, morte e ressurreição do Senhor
Santo sacrifício – atualiza o único sacrifício de Cristo
Santa e divina Liturgia – expressão principal de toda a Liturgia da Igreja
Comunhão – participamos do corpo de Cristo
Santa Missa – envio dos fiéis ("Ite, missa est!")

A SANTA MISSA
Ritos iniciais
Entrada
Saudação
Ato Penitencial
Hino de louvor
Oração do dia (coleta)
A Santa Missa

Liturgia da Palavra
1° Leitura
Salmo responsorial
2° Leitura
Aclamação ao Evangelho
Evangelho
Homilia
Profissão de fé
Oração dos fieis
Apresentação das ofertas
Ofertório
Oração sobre as ofertas
Prefácio
Santo
Oração Eucarística – Consagração
Amém

Liturgia Eucarística 
Pai-nosso
Livrai-nos...
Saudação da Paz
Cordeiro de Deus
Comunhão
Oração pós-comunhão

“Eles o reconheceram ao partir do pão”. (Lc 24, 13-35)

OS FRUTOS DA EUCARISTIA (CIC 1391-1401)
A Comunhão aumenta nossa união com Cristo
A Comunhão separa-nos do pecado
A Eucaristia faz a Igreja
A Eucaristia compromete com os pobres
A Eucaristia une os cristãos
A Eucaristia é penhor da glória futura
“Não podes rezar em casa como na Igreja, onde se encontra o povo reunido, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. Há algo mais ali, a união dos espíritos, a harmonia das almas, o vínculo da caridade, as orações dos presbíteros”. (São João Crisóstomo – Incomprehens)

(depois colocarei as imagens)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO DE PAIS E CATEQUISTAS

(Pe. José Eduardo Ferreira)

 JUSTIFICATIVA 

  Não lhes dizia nada sem usar alguma parábola. Quando, porém, estava a sós com os seus discípulos, explicava-lhes tudo. (Mc 4,34) 

CAMINHOS DA EVANGELIZAÇÃO 

  • Sem organização, preparação e explicação a evangelização não caminha pra frente!!! 

NOVA CATEQUESE

  • A reunião dos catequistas com os pais não pode ser nada improvisado, exige um cuidado e uma preparação, pois é sempre um espaço privilegiado de evangelização.
  • Nos dias de hoje, muitos adultos necessitam passar por uma nova catequese, e talvez seja por isso que muitos não conseguem ser presença viva na educação da fé das crianças e adolescentes.
  • Portanto, essa reunião não deve ser apenas para tratar dos assuntos práticos de como será a celebração, mas um momento formativo para que eles entendam o significado do sacramento que seus filhos vão receber da Igreja. É uma grande oportunidade para também catequizá-los. 

CONVITE

  • Primeiramente, o convite deve ser feito a todos os pais, de preferência por escrito, pois muitos não participam das celebrações na comunidade; 
  • Deve ser enviado com certa antecedência, de preferência em dia e horário da semana que possa reunir um grande número de participantes;
  • Um detalhe importante no convite é determinar o início e o fim da reunião.
  • Tomados esses cuidados, o grupo de catequista deve reunir-se para a distribuição das tarefas.

ORIENTAÇÕES

  • Organização do local que comporte todos os participantes;
  • O catequista que se encarregue da acolhida aos pais;
  • Dinamizar a oração inicial que tenha preferencialmente cânticos populares para que todos possam cantar juntos;
  • O catequista que dirija a reunião em seu conjunto e alguém para conduzir a conversa sobre os detalhes práticos de roupa, foto, ornamentação da Igreja etc.
  • Outro catequista do grupo poderia aplicar com os pais uma dinâmica sobre algum tema que foi tratado com os catequizandos, etc.

PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE

  • Uma reunião assim poderá ajudar muitos de nossos pais a tomar consciência da importância da participação na comunidade, ao invés de reduzir esse momento apenas ao flash das máquinas fotográficas e à agitação.
  • Que essa dica possa contribuir para uma maior dinamicidade na catequese em nossa comunidade.

VISITAS MISSIONÁRIAS 

  • 60 anos evangelizando Ferraz... Esse é o lema das visitas as famílias;
  • Não só os catequistas vão fazer as visitas, mas todo as as pastorais;
  • Somente vivendo a dimensão missionária da Igreja a evangelização dá seus verdadeiros frutos. 

E AGORA JOSÉ? 


  •  Quais são as nossas dificuldades na catequese? 
  •  O que está faltando? 
  •  Quais os avanços? 
  •  Quais as sombras? 
Discuta e escreva.

Da: SEMANA CATEQUÉTICA DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ, DIA 30/01/2014

CATEQUESE NOS DIAS DE HOJE

(Pe. José Eduardo Ferreira)


1. DESCRISTIANIZAÇÃO E MISSIONARIEDADE

  • O tema da Iniciação à Vida Cristã se coloca dentro da preocupação missionária que perpassa hoje toda a Igreja, preocupada com a descristianização galopante tanto em países de antiga (Europa) como de nova cristandade (Brasil).
  • Não é um tema novo, mas desdobramento do Diretório Nacional de Catequese (2005), de Aparecida (2007: uma Igreja em estado de missão), da Missão Continental (2008)...  e tantos apelos atuais da Igreja. 
  • Por Iniciação Cristã se entende o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Cristo Jesus; não se reduz à catequese, mas inclui sobretudo a ação celebrativo-litúrgica.
  • A catequese é um elemento, o mais longo e importante, do complexo processo pelo qual alguém é iniciado à fé cristã.

INICIAÇÃO SACRAMENTAL
  • Teologicamente falando, a verdadeira iniciação se dá na celebração dos sacramentos do Batismo, Eucaristia e Crisma, chamados justamente, a partir do século XIX, de Sacramentos da Iniciação.
  • Trata-se de uma iniciação que poderíamos chamar de sacramental. A estrutura catequética está em função dessa iniciação sacramental e vital.
  • De fato, pela doutrina do “ex opere operato” a Igreja professa que todo batizado é verdadeiramente incorporado em Cristo Jesus e começa a fazer parte de seu Corpo Místico, do Povo de Deus, da Igreja. 
  • No entanto, a expressão iniciação cristã passou a significar todo o processo pós-batismal percorrido para se chegar a esta profunda realidade da fé do ponto de vista experiencial e existencial.
  • É a iniciação que, uma vez realizada sacramentalmente, faz com que a pessoa se conscientize, assuma e viva plenamente essa maravilhosa realidade da vida divina comunicada pelo mergulho (batismo) em Cristo Jesus.

2. RETORNO À INSPIRAÇÃO CATECUMENAL

  • O complexo processo que, desde o século II, prevaleceu na Igreja para iniciar os novos membros nos mistérios da fé, recebeu o nome de CATECUMENATO: era um conjunto de pregação (primeiro anúncio), práticas litúrgico-rituais, ensino, exercício de vida cristã e acompanhamento pessoal que levavam à verdadeira conversão ao Evangelho e incorporação na Igreja. 
  • Com a chegada da Cristandade (séc. V, VI), desapareceu o complexo processo do Catecumenato, ficando de pé, até hoje, o momento do “ensino-instrução” com o nome de CATEQUESE, e em geral dirigida à crianças. 
  • De fato, a comunidade cristã e a própria sociedade (ou civilização cristã) exerciam o papel de catecumenato social. 
  • A primeira experiência fundante da fé vinha da própria família e até da sociedade cristã, de um modo geral. A preocupação ficava reduzida à instrução doutrinal: e essa foi a herança que recebemos da cristandade.
  • Hoje, com raras exceções, nosso povo não possui uma experiência de fé transmitida pela família, na convivência do dia a dia, e muito menos pela sociedade. 

EXPERIÊNCIA DE FÉ
  • Não vivemos mais a cristandade. É necessário um trabalho missionário, de primeiro anúncio, de evangelização no sentido mais estrito da palavra: anunciar Jesus Cristo. 
  • A Catequese, tal qual a recebemos e conhecemos como atividade de ensino e transmissão da fé, por mais que tenha sido renovada, não consegue realizar sozinha a iniciação cristã. 
  • Os frutos e as estatísticas aí estão... e continuamos a batizar, crismar, distribuir a Eucaristia abundantemente... 
  • Iniciar é introduzir, mergulhar... BATISMO é mergulho e participação no mistério de Cristo morto e ressuscitado! Batizamos sim... com muito esforço de renovação da Pastoral do Batismo e dos outros sacramentos da iniciação: EUCARISTIA e CRISMA!... 

O MERGULHO
  • Mas,  podemos perguntar: essa gigantesca ação pastoral litúrgico-catequética, esses gestos sacramentais piedosamente celebrados e recebidos são realmente a transmissão e celebração de um mergulho vital no mistério de Jesus, de um encontro e compromisso pessoal com Ele e sua Igreja..?
  • Ou continuamos a insistir num mal entendido “ex opere operato” que permanece gerando uma multidão de batizados não evangelizados? Ninguém duvida que o BATISMO, celebrado e recebido com fé, é uma real iniciação ontológica e sacramental ao Mistério de Cristo. 
  • Mas, do ponto de vista existencial e experiencial nada acontecerá se não houver para esses batizados um autêntico processo de Iniciação à Vida Cristã.
  • Aparecida, com muita audácia,  nos convida a “abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” e a uma “conversão pastoral e renovação missionária...” (no. 375; cf 172-173; 11, 450...) 

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
  • Ora, assumir com seriedade, eficiência e eficácia o complexo e difícil processo da Iniciação à Vida Cristã é um esforço para colocar em andamento as arrojadas, corajosas e intrépidas propostas do Diretório Nacional de Catequese, de Aparecida, da Missão Continental... e tantos outros apelos que nos provêm de toda parte. 
  • O documento da V Conferência faz uma clara distinção, mas também uma profunda relação entre a Iniciação à Vida Cristã, como primeira “catequese básica” na forma de “iniciação cristã” e a consequente “formação permanente”. 
  • Assim se expressa: “Assumir esta iniciação cristã exige não só uma renovação de modalidade catequética da paróquia...
  • Estamos diante de uma mudança de época: não se trata só de aperfeiçoar a catequese de adultos, jovens e crianças... mas de questionar todo o processo de transmissão e educação na fé que subsistem na Igreja nesta época de grandes desafios e, ao mesmo tempo, de grandes oportunidades. 
  • A oportunidade é justamente colocar em prática o que desde o Concílio, mas sobretudo nos últimos anos, se vem falando sobre o retorno ao catecumenato e à dimensão catecumenal da catequese.

AMADURECIMENTO DA FÉ
  • Propomos que o processo catequético de formação adotado pela Igreja para a iniciação cristã seja assumido em todo o Continente como a maneira ordinária e indispensável de introdução na vida cristã e como a catequese básica e fundamental.  Depois, virá a catequese permanente que continua o processo de amadurecimento da fé...”. (Ap 294) 
  • Isso significa que, aquilo que hoje tradicionalmente denominamos “catequese”, deve ser conduzido conforme o processo de iniciação, que é muito mais exigente e comprometedor, e não apenas “prepare para os sacramentos”, que infelizmente, em nossa realidade, tornam-se frequentemente “sacramentos de finalização” ou seja, são os últimos contatos que muitas vezes, jovens e crianças têm com a Igreja (... “sacramento do adeus”!).
  • Estamos acostumados a falar de Iniciação ou do RICA (livro litúrgico que traça o percurso para se chegar ao Batismo) somente tratando-se de adultos não batizados. Hoje já não é assim. 
  • O exigente e muito eficaz processo iniciático hoje é proposto também  para batizados (ou seja, já iniciados sacramentalmente, mas não experiencial mente), e mesmo para quem já fez a Primeira Comunhão Eucarística e foram Confirmados, mas não foram suficientemente evangelizados e iniciados na fé.

3. SEM DEIXAR A DIMENSÃO SOCIAL, APROFUNDAR A DIMENSÃO MÍSTICA

  • Podemos também refletir que, logo após o Concílio, a Igreja de um modo geral, e sobretudo no Brasil, foi guiada e impulsionada por todos os documentos conciliares, mas sobretudo pela grande documento Gaudium et Spes: diálogo com o mundo, vivência do Evangelho a serviço da transformação da humanidade, de um modo especial em favor dos pobres, com suas consequências sócio-políticas... 
  • Daí nasceu a Teologia da Libertação, as práticas de uma pastoral transformadora e voltada diretamente para a situação concreta sofrida e desumana da maioria de nossos fiéis, para o engajamento sócio-político em nome do Evangelho... 
  • Nossa Conferência Episcopal ficou beneficamente marcada por essas grandes intuições do Concílio, sem deixar, naturalmente, tantas outras reformas conciliares!
  • No contexto do Concílio o documento Ad Gentes, como o próprio nome indica, era pensado para as “missões”, para povos não cristãos que não conheciam a luz do Evangelho... 
  • Sem perder essa característica de anúncio do Evangelho para povos com nenhuma tradição cristã (missão nas fronteiras), a Igreja hoje percebe que precisa anunciar o Evangelho de um modo explícito e renovador, para povos de antiga cristandade... 
  • Nesse contexto, sem deixar de lado as conquistas à luz da Gaudium et Spes, precisamos retornar ao documento que ficou um pouco esquecido no pós-concílio, o Ad Gentes, pois, pensávamos, eram orientações mais para “países de missão”...
  • Aqui no Brasil, embora não sejamos de tão antiga cristandade, tomamos consciência também de que precisamos nos transformar em “terra de missão”; precisamos ser Igreja missionária, no sentido mais próprio e exato da palavra. 
  • Disso nos fala o projeto da Missão Continental e todo o Documento de Aparecida... 
  • Ora, dentre os documentos conciliares, Ad Gentes, juntamente com outros, foi o que pediu a restauração do Catecumenato como metodologia própria para conduzir, aqueles que optam pelo Evangelho, a uma verdadeira iniciação à vida cristã. 
  • Portanto, missão, primeiro anúncio, catecumenato, Iniciação à Vida Cristã, são conceitos e práticas que começam a fazer parte de nosso dia a dia...
  • Estamos diante de uma verdadeira mudança de época, diante dos desafios de um novo paradigma; não se trata, como dá a entender o recente Diretório Nacional de Catequese, de fazer algumas alterações, renovar superficialmente nossas tradicionais práticas catequéticas, fazer-lhes uma maquiagem... trata-se de mudanças radicais.
  • Precisamos mexer na própria estrutura da tradicional “preparação para os sacramentos” e encarar os desafios de um novo modelo evangelizador-catequético, enfim, um novo paradigma... sem isso, não haverá “conversão pastoral”, nunca haveremos de “abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé”. (DAp 375)
  • É nesse contexto que a Igreja se debruça hoje sobre a Iniciação à Vida Cristã. 
  • Não se trata só de iniciação cristã, como tradicionalmente se diz, mas sim de “iniciação à vida cristã”, expressão que procura traduzir a comunicação de uma fé que não se reduz à intimidade com Jesus Cristo mas que tenha reflexos e influências vitais na própria existência, levando à participação da comunidade, que no seu conjunto, deve dar Testemunho do Evangelho.  

ETAPAS DO CAMINHO CATECUMENAL


O cristão continua a formação permanente na comunidade, ao longo de toda a vida.

É necessário conhecer bem a situação de cada candidato à iniciação, porque a proposta a ser apresentada deve ser resposta à “sede” que cada um experimenta com mais intensidade. Daí a necessidade de uma iniciação diversificada, com itinerários especiais. Citando o cap. VI do DNC são elencadas as seguintes situações, com um comentário sobre cada uma: 
a) Adultos e jovens não batizados;
b) Adultos e jovens batizados que desejam completar a iniciação cristã;
c) Adultos e jovens com prática religiosa, mas insuficientemente evangelizados;
d) Pessoas de várias idades marcadas por um contexto desumano ou problemático;
e) Grupos específicos, em situações variadas;
f) Adolescentes e jovens;
g) Crianças não batizadas e inscritas na catequese;
h) Crianças e adolescentes batizados que seguem o processo tradicional de iniciação cristã; 

????? PARA QUESTIONAR...

  • A nossa paróquia está no rumo certo? Por que?
  • Como podemos melhorar a catequese?

Da: SEMANA CATEQUÉTICA DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ, DIA 29/01/2014

PERFIL DO CATEQUISTA

ASPECTOS ESSENCIAIS DO PERFIL DO CATEQUISTA (Pe. José Eduardo Ferreira)

1. DISCÍPULO DE CRISTO

Os catequistas "não se devem considerar como professores que ensinam a doutrina cristã, mas, sobretudo, como discípulos de Jesus Cristo" . 
O Senhor Jesus convida, de uma forma específica, homens e mulheres, para o seguirem, para serem seus discípulos. 
Este chamamento pessoal de Jesus Cristo e a relação com Ele são o verdadeiro motor da ação do catequista. 
É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de O anunciar e de levar outros ao "sim" da fé... (cf. DGC 231).
Assim a primeira condição para alguém ser um anunciador e testemunha, isto é, um catequista, consiste em viver decididamente a fé como relação pessoal com Cristo. 
A primeira "competência" do catequista é sentir-se amado por Deus e escolhê-lo como ideal, amar Jesus como o único bem e treinar a perseverança nesse amor primeiro.
 A catequese tem uma grande preocupação pela conversão: antes de mais a conversão inicial, como adesão clara a Jesus Cristo. 
A catequese tem como tarefa a conversão ao Senhor e a comunhão com Ele. 
Importa fazer surgir verdadeiros discípulos de Cristo, não descurando a conversão continuada, no dia-a-dia, a perseverança na vida da fé, avivando-a constantemente (cf. CT 19).

2. TESTEMUNHA PELA ALEGRIA E AMOR

Os catequistas são "testemunhas da experiência de fé das comunidades". Numa catequese verdadeiramente cristocêntrica, o catequista é sua testemunha. 
Se estivesse em causa apenas uma doutrina ou somente uma moral, não haveria necessidade de que o catequista fosse testemunha; porém, tratando-se de uma Pessoa, de um acontecimento, a catequese exige o testemunho.
 A catequese há de ser um anúncio alegre de uma boa notícia, já encarnada na vida do catequista através do seu testemunho. Trata-se do testemunho teologal:
"O que vimos e ouvimos, vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco" (1 Jo 1,3).
De fato, o mundo de hoje escuta sobretudo testemunhas.

3. MANDATO PELA COMUNIDADE

A ligação entre catequese e comunidade está fortemente realçada nas próprias Orientações: "A comunidade cristã é o sujeito, o ambiente e a meta da catequese. 
Na verdade, a vida cristã é um fato comunitário, recebe-se, aprende-se e vive-se na Igreja, mistério de comunhão".
O contrário também é verdade: sem uma comunidade viva, podemos até fazer instrução religiosa, mas dificilmente faremos catequese, porque nos falta o "habitat" natural, falta-nos o "seio materno" eclesial onde podem germinar e crescer novas vidas para a fé.
É preciso construir comunidades vivas, vivificadas pela Palavra, alimentadas pelos sacramentos e com a marca da caridade e da comunhão. 
“A dimensão comunitária da catequese implica a renovação da Igreja na perspectiva de comunhão e de participação”. 
A comunidade cristã, especialmente a comunidade paroquial, é o lugar privilegiado da catequese (cf. CT 67); ela é a "origem, ambiente e meta" da catequese. É, por isso, tão urgente renovar a catequese como renovar a comunidade. 
De fato, só renovando a catequese e a comunidade ao mesmo tempo, se chega a construir uma comunidade viva, com verdadeiros catequistas que sejam "transparência real do ressuscitado“.
Na comunidade cristã que o catecismo encontra o seu meio vital. Por outras palavras, o verdadeiro catecismo é uma comunidade unida e com a marca da comunhão, capaz de deixar transparecer a presença do Cristo pascal.
Os catequistas são mandatários, pois agem em nome da comunidade.
 "Só catequistas bem ligados ao centro da comunidade, que é Cristo, e aos irmãos, em verdadeira comunhão, estão aptos para testemunhar e anunciar a Boa-nova.
Por isso, o catequista, como todo o cristão comprometido, tem hoje de desenvolver uma competência fundamental, a comunhão, respondendo ao apelo de João Paulo II às Igrejas da Europa: ser um verdadeiro espaço e instrumento de comunhão, pois "a vida fraterna dos discípulos de Jesus e a sua disponibilidade para o serviço gratuito é o testemunho indispensável para apoiar a evangelização“, afinal esse testemunho de vida fraterna é já evangelização.

4. VIVE UMA ESPIRITUALIDADE 

Imitando Maria, o catequista progride na vida interior. Cuidar a formação espiritual é o desejo da Igreja aos catequistas. 
A comunhão com Jesus Cristo conduz os discípulos a assumirem a atitude orante e contemplativa que o Mestre adotou. 
Trata-se de cultivar os mesmos sentimentos com os quais Ele se dirigia ao Pai: a adoração, o louvor, o agradecimento, a confiança, a súplica e a contemplação da Sua glória (cf DGC 85).
O catequista tem um contacto habitual com a fonte da vida que é a Eucaristia, com a prática da oração e a escuta da Palavra da vida. Vive a espiritualidade batismal, que é espiritualidade de comunhão com Deus e de amor pelos irmãos.
Além disso, o catequista é sobretudo apóstolo e profeta. Profeta, porque anuncia a Boa Nova do Reino. Apóstolo, porque testemunha, na alegria, serviço concreto e amor recíproco, a presença de Jesus ressuscitado.
Ao mesmo tempo, o catequista sabe que é um instrumento da graça divina. 
Vive a paciência e a confiança de que é o próprio Deus quem faz nascer, crescer e frutificar a semente da Palavra de Deus (cf DGC 289).

5. É UM MISSIONÁRIO

6. ESPECIALISTA EM ACOLHIMENTO

7. RESPEITADOR DO CARISMA DE CADA UM

8. O CATEQUISTA É UM ANIMADOR

9. É ATENTO À CULTURA

10. ESTÁ SEMPRE EM FORMAÇÃO


Abreviações:

CT = Catequese Tradendae
DGC = Diretório Geral da Catequese

Da: SEMANA CATEQUÉTICA DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PAZ, DIA 27/01/2014
Fonte:
In Pastoral Catequética. Revista de catequese e educação, nº 3 (2005), pp. 53-61.
http://www.comdeus.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=92:perfil-do-catequista&catid=47:artigos-comdeus&Itemid=69